domingo, 7 de junho de 2009

Tempo

Há um tempo, e ele já começou há algum tempo, onde se acabaram os velhos tempos. Acabou a esperança, acabaram seus amigos, acabaram os sábados a noite. Daqui a pouco tempo os teus pais também vão acabar e você vai se transformar num adulto completo, com os anseios e necessidades de um dos nossos tempos modernos e confusos.

Daí você acaba numa madrugada de sábado para domingo, olhando fotos de tempos que já se foram e só aí você se dá conta que já passou muito tempo desde que aquelas fotos foram batidas. Você se olha, olha pros outros e relembra trejeitos, frases, interações e sonhos que se perderam ao longo do tempo. E o pior é saber que esse tipo de coisa não volta. É quando você se dá conta que um capítulo da sua vida terminou e que ele não vai reabrir. As vezes, de tempos em tempos, essas imagens tentam voltar à realidade, mas estão longe de possuir o mesmo fulgor e brilho que tiveram um dia. A mesma alegria, a mesma sensação, a mesma palpabilidade não mais existem.

Dá nostalgia.

Não é que a vida tenha melhorado ou piorado, é que apenas o coração fica nostálgico ao olhar pra esses tempos e saber que ele não volta. A relatividade nos ensinou que talvez o tempo seja semelhante ao espaço, mas ainda não podemos trafegar para frente e para trás na mesma medida que fazemos com os lugares. Por isso que só nos resta lembrar. E ter saudade, esse sentimento tão lusófono e tão difuso, que a gente nem sabe descrever, só sentir.

É sempre mais escuro antes do amanhecer.

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