segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Fantástico acerta

Boa matéria de Ernesto Paglia sobre o circo que se forma quando casos de grande comoção ocorrem e os aproveitadores surgem das tocas.

Quarta-feira

É com esse gosto que o dia de hoje chega. Maio estará relativamente curto. Teremos Corpus Christi no meio do mês.

Não é a maior ironia do mundo o dia do trabalho ser um dia de folga?

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Única declaração deste blog sobre o nefasto caso Isabella Nardoni

Parece que outras pessoas não morrem. Mais benevolente certamente seria um mundo em que todos os que fossem supostamente assassinados recebessem a mesma atenção, a mesma consternação.

Não sei se existem culpados. Só estou de saco cheio desse circo. As pessoas parecem não ter mais o que fazer. Chutam-se carros, aglomeram-se multidões.

E se fosse depender da grande imprensa pra me informar de tudo eu estaria perdido. Ninguém fala de outra coisa. Do William Bonner ao Ronnie Von, do Bóris Casoy à Mamma Bruschetta.

Eu já me fartei dessa putaria.

Descanse em paz, Isabella. Pois é dificil dormir para nós descansarmos com um barulho desses.

Uma revolução por dia

Decidi ontem a noite que empenhar-me-ia verdadeiramente nos meus blogs, que tentaria me conter na alimentação e que aplicar-me-ia nos meus estudos universitários.

Prometi a mim mesmo que não seria tão banana. Que iria tentar fazer mais amigos. Que iria dizer a uma menina do meu trabalho o quanto eu a quero, ops... isso eu já disse - e levei um fora dela.

Apregoei não mais gastar demasiadamente. Poupar. Investir. Ações, commodities, fundos de renda fixa.

Estabeleci que não mais me magoaria. Que minha bipolaridade não se manifestasse.

Prometi um monte de coisas pra mim mesmo.

Deve ser a trigésima vez.

Isso é deprimente. Mostra que eu não consigo cumprir meus objetivos. Tenho que sempre renová-los.

Isso é estimulante. Mostra que a esperança se mantém. Por mais que os objetivos pareçam longínquos.

Isso é humano.

Tomara que as revoluções se concretizem dessa vez.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Limpeza

Bom dia Anchorage!

Na noite passada dormi na casa do Jeh. Isso já está se tornando um hábito, dormir pelo menos uma noite na casa do japonês por semana. É interessante pois acaba sendo mais ou menos um treino para a república que um dia quero formar. Espero que não demore muito.

Pois bem, depois de acordar e tomar o ônibus (ou melhor, dois ônibus) fui tomar o café da manhã na padaria. Pedi um pingado e pão na chapa. Estes dois são os dois alimentos que você precisa pra acordar direito. Podes ter tido a maior ressaca do ano, ou ter acabado de ser corneado. Um pão na chapa e um pingado resolvem todos os problemas.

Mas como sou gordo, acabei por pedir outra coisinha. Peguei um pão de queijo. Reparei que tanto o pão na chapa quanto o de queijo vieram envolvidos em vários guardanapos de papel. O pão de queijo até veio numa espécie de bandeijinha descartável. Mas mesmo assim eu comi com as mãos nuas. É claro que elas acabaram um pouco engorduradas, mas não foi nenhum fim de mundo.

Esse é um costume meu. Quando como alguma coisa que prescinde de talheres para ser degustada, eu não uso guardanapos, panos ou algo que o valha. Como com a mão mesmo. Sempre lembro que um dia ouvi que os gregos tem o costume de quebrar os pratos para satisfazer os cinco sentidos quando fazem uma refeição. Você pode ver a comida, tocá-la, degustá-la, cheirá-la. Você só não consegue ouví-la (a não ser que deguste um torresmo, talvez) e aí se quebra o prato. Eu acho a textura das coisas um negócio bem bacana.

Numa última análise, penso até que existe hoje em dia um excesso de assepsia nas coisas. Concordo que limpeza e asseio devem ser normas num estabelecimento que lida com alimentos, mas hoje parece que ninguém mais faz questão de passar um pedaço de pão no prato engordurado de hamburguer, bacon ou num prato findado de sopa. Não se bebe mais milk-shake fazendo aquele barulhinho de final de canudo.

A sofisticação é interessante sem dúvida alguma. Porém eu ainda me sinto bem indo no barbeiro do bairro e fazendo a barba com navalha e com álcool na cara. Ninguém se suja mais rolando na grama de um bosque ou na areia de um parquinho. É tudo branco, tudo azuleijado. Tudo excessivamente limpo.

Boa Noite Sydney!

PS: Bem, eu sumi. Mas ninguém lê esta baiúca mesmo, então não tem problema.