quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A evolução das vinhetas na cobertura das eleições

Se tem uma coisa que eu gosto muito de observar na televisão são as vinhetas. Vinheta é aquela passagem curta que possui uma música característica e serve para marcar abertura, encerramento ou passagem entre seções de um programa.

Uma vinheta é o que geralmente me fisga quando eu quero ver um programa. No caso específico de vinhetas eleitorais, a música da Band definitivamente é o tema mais incisivo. Aquela música pra mim já é sinônimo de eleição. As da Globo fazem um trabalho digno e as outras emissoras eu acho que ainda deixam a desejar. Citando um comentário no Youtube, a vinheta do debate do SBT parece mais a chamada de uma luta de boxe.

Link para o vídeo, já que ele não permite ser incrustado no blog.

200 anos

É tempo pra cacete. Há 2oo anos atrás o mundo era bem diferente. O Brasil não era independente, nada do que pudesse ser chamado de esporte tinha alguma proeminência, o padrão era a monarquia e não as repúblicas. As Guerras Napolônicas explodiam na Europa. Foi a movimentação intensa das tropas de Napoleão Bonaparte que causou o evento que está em bastante evidência neste ano de 2008.

O Rei João VI e toda a sua corte deixaram Portugal em 1807, pois Napoleão batia à porta e os portugueses não se julgavam capazes de combater o contingente francês. O livro 18o8, de Laurentino Gomes, nos ajuda a desmistificar duas noções comuns da partida da família real. Primeiramente, a ida ao Brasil já era há muito cogitada pelos reis portugueses. A maneira como ela se deu pode ter sido apressada, mas era definitivamente uma possibilidade estudada há algum tempo. Em segundo lugar, Portugal talvez pudesse ter enfrentado as tropas que vinham em direção à Lisboa. Elas eram mal estruturadas e chegaram famintas à capital portuguesa. Venceram pois não tinham quem enfrentar.

No ano seguinte a realeza lusa desembarcaria no Brasil e hoje estamos aqui assistindo, ouvindo e lendo muito falar sobre a jornada de João, Carlota, Pedro, Maria, Miguel e mais um monte de gente. Porém, eu não estou aqui para falar necessariamente do vinda da família real, mas de um dos seus sub-produtos. O nascimento da imprensa no Brasil. 

Um bom levantamento em artigo de Alberto Dines no Observatório da Imprensa destaca três fatos que constatam o nascimento da imprensa no Brasil em 1808:

-A Impressão Régia foi comprovadamente criada em 13 de maio de 1808 e o país finalmente entrou na Era Gutenberg depois de 308 anos de embargo eclesiástico e 272 de censura inquisitorial. 

-O Correio Braziliense foi impresso em Londres com a data de junho de 1808 e o seu primeiro texto está assinado por seu fundador, Hipólito da Costa, com a data de 1º de junho de 1808. Foi o primeiro jornal livre de censura a circular no Brasil e em Portugal.

-A primeira edição da Gazeta do Rio de Janeiro foi lançada em 10 de setembro de 1808 e, embora tenha trocado de nome, nunca perdeu a sua característica de jornal oficial (na primeira fase, "terceirizado").

Sendo assim, como observa o próprio Dines, por que a comemoração da imprensa é tão negligenciada pelos jornais, revistas, rádio e televisão? O chamado quarto poder mereceria melhor apreço dele mesmo nesse número tão redondo que é o 200. Gostando-se ou não do que é publicado, é preciso reconhecer que há 200 anos já se labuta em nome da informação neste país, mas a efeméride só parece realmente notada pelos estudantes e profissionais de comunicação.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E eu que me achava bem informado

Aqui a história de Enildo "seu Nenê" Paulino.

Ouça o horário político de SP

Essa é nova. A Folha disponibiliza o horário político de hoje (13/10) em seu website. Geralmente as emissoras de rádio utilizam o canal de internet para poder transmitir sua programação e escapar da imposição da propaganda eleitoral nas ondas do rádio.

E o pior é que estou ouvindo essa joça.

Link

A queda do conservadorismo sensato

Post de Cláudia Antunes no blog Folha na Sucessão de Bush, Cláudia Antunes destaca artigo de David Brooks onde ele fala de uma guerra de classes representada simbolicamente pela figura de Sarah Palin. O articulista mostra como hoje o eleitor médio republicano parece não apenas abominar a figura mais liberal, mas sim toda e qualquer pessoa educada. "A nação está dividida entre os vários 'João Ninguém' no interior e os super-sofisticados, super-educados, super-secularizados cidadãos dos litorais".

O pensamento mais simbólico está no final do texto:

"Ela [Palin] está em outro ponto da mudança de personalidade republicana. Antigamente os conservadores admiraram Churchill e Lincoln sobretudo - homens de histórias totalmente diferentes que se prepararam para a liderança através de leitura constante, conhecimento histórico e pensamento sofisticado. Agora esses atributos caem na vala comum.

E então, politicamente, o Partido Republicano está apertado em ambos os lados. Ele perde a classe trabalhadora pelos pecados da omissão - porque não desenvolveu políticas para controlar a ansiedade econômica. E também perdeu a classe educada dizendo a esses membros para irem embora".